Terremoto no Nepal. Saiba como aconteceu e conheça um pouquinho deste país tão distante.
abr 27
9h 45min
No último dia 25 de abril, um intenso terremoto de magnitude 7.8 atingiu a área mais populosa do Nepal, ceifando milhares de vidas. O evento aconteceu a 15 km de profundidade, após a liberação da energia acumulada pela intensa compressão entre duas grandes placas tectônicas. Essa energia liberada equivale a 375 bombas atômicas.
Antes de mostrarmos como aconteceu esse terremoto, vamos conhecer um pouquinho deste país tão distante, cuja bandeira é a única, entre todas as nações do mundo, que não tem a forma retangular.
O Nepal é o país onde se situa o ponto mais alto da Terra: o monte Everest, com quase 9.000 metros de altitude. É um país muito pobre com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de, apenas 0,540, considerado baixo, e ocupa a posição de número 145 dentre todos os países do mundo. Comparando com o Brasil, o nosso IDH é 0,744, considerado elevado pela ONU.
O PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, toda a riqueza do Nepal, é de 67 bilhões de dólares, enquanto a do Brasil é de mais de 3 trilhões de dólares. Lá, a renda anual média de cada pessoa é 2.400 dólares, enquanto, aqui, é 15.100 dólares.
A área do território nepalês é de 148.000 quilômetros quadrados. A do Acre é 164.000 e a do Brasil, 8,515.000 quilômetros quadrados.
A língua utilizada pelos nepaleses é o nepalês, uma língua própria, É o país onde nasceu Buda, o fundador da religião budista, a qual predomina naquele país.
O Nepal possui uma população de 30 milhões de habitantes e é densamente povoado com cerca de 184 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto, no Brasil, a densidade demográfica é em torno de 25 habitantes por quilômetro quadrado. A maior cidade é Catmandu, com cerca de 1 milhão de habitantes. É uma cidade muito desorganizada no trânsito e na infraestrutura urbana.
A economia do país e predominantemente agrícola, tendo o arroz como o principal produto de exportação.
Faz fronteira com dois países: a China (Tibete), ao norte, e a Índia, a oeste, ao sul e a leste.
TERREMOTO, COMO ACONTECEU! (Adaptação do texto publicado pelo site “Painel Global, Monitoramento da Terra em Tempo Real”)
Na região do tremor, a apenas 80 km da capital nepalesa, Catmandu, temos duas grandes placas tectônicas. Ao norte, a placa Eurasiana sustenta quase toda a Ásia e Europa enquanto ao sul a placa Indiana flutua com a Índia e parte do oceano Índico sobre ela.
O movimento dessas duas placas não é igual em toda a extensão da junção, com diversas dinâmicas envolvidas ao longo de milhares de quilômetros.
No local do epicentro, as placas se movem e se comprimem à razão de 45 mm/ano no sentido norte-nordeste, com a placa indiana deslizando por baixo da Eurasiana e provocando o soerguimento de toda cordilheira do Himalaia. Esse processo é chamado de subducção.
Essa compressão e afundamento entre as placas é praticamente constante, o que faz com que a região de interface acumule muita energia, mas de forma desigual. Assim, alguns pontos ao longo da falha acumulam muito mais energia do que outros.
Com o passar do tempo, a energia acumulada pela força de compressão se torna tão grande que alguns pontos entre as duas placas não resistem e o processo de subducção (o escorregão de uma placa abaixo da outra) acontece de forma extremamente violenta, liberando de uma só vez toda a energia que foi acumulada ao longo dos anos.
Foi exatamente isso o que aconteceu no Nepal, quando um grande bloco da placa indiana mergulhou abruptamente sobre a placa Eurasiana, liberando a fantástica energia equivalente a 7 milhões de toneladas de TNT, o mesmo que a explosão de 375 bombas atômicas iguais à que destruiu Hiroxima em 1945.