Fuso horário do Acre. Saiba a diferença entre fuso horário e horário de expediente. A história da medição do tempo e os fusos, no Brasil.
out 14
Ainda, Sobre Fuso Horário do Acre
Davi Friale, pesquisador meteorológico
É impressionante como existem algumas pessoas que, mesmo diante de comprovação científica, não conseguem ver, nem entender, a verdade sobre os fusos horários. Enxergam, tão somente, seus próprios interesses e acreditam que o restabelecimento do fuso horário, que vigorou durante 95 anos, no Acre, seria um atraso para o estado.
Tais pessoas carecem de conhecimentos, pois lhes sobra ignorância sobre o assunto. Elas servem de humor para uns e são ridículas e estúpidas para outros. E, ainda, tentam impressionar e repassar para a população conceitos errados e exemplos de situações ultrapassadas. Citam a China ou a Argentina, mas não informam o verdadeiro motivo pelo qual aqueles países impuseram suas decisões.
No entanto, elas escondem exemplos de outros países, como Austrália, Canadá, Índia e Venezuela, que adotaram posturas opostas, pois esses exemplos não lhes convém mostrar ao público.
O mínimo que a população merece é respeito e ser bem informada.
Entendi ser importante e oportuno publicar alguns esclarecimentos à nossa sociedade sem, jamais, querer ser o dono da verdade.
Qualquer um de nós pode errar, pois errar faz parte de quem quer acertar, porém, permanecer no erro, aí, já é… (complete com a expressão que julgar ser mais adequada).
Atendendo a milhares de pedidos, republico o texto por mim elaborado. Leia-o com atenção.
Sobre o Fuso Horário do Acre
Davi Friale, pesquisador meteorológico
No passado, cada cidade tinha sua própria hora, que era estabelecida conforme a posição do Sol, no seu ponto mais alto, ou seja, exatamente, na metade do dia. Portanto, o meio-dia opõe-se à meia-noite. Convencionou-se que a metade da noite seria o início de um novo dia com 24 horas. Assim, 12 horas, depois, viria o meio-dia.
Essa foi a regra geral que funcionou, no mundo inteiro, mesmo onde o dia não era dividido em 24 espaços iguais de tempo, mas estabelecia universalmente que meio-dia era determinado pela posição mais elevada do Sol.
Assim, também, vigorou no Brasil, até 1913, quando o horário era determinado, tão somente, pela posição do Sol, em cada cidade. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, tinha horário diferente da cidade São Paulo, que por sua vez, era diferente das demais capitais do país.
No sentido de que houvesse padronização e facilidades em se saber determinar a hora em cada local do mundo, convencionou-se criar os fusos horários, que devem seguir, rigorosamente, os critérios científicos da posição média do Sol e, portanto, naturais do horário para as diferentes regiões da Terra, de tal forma que não comprometesse o horário natural em mais de 30 minutos para mais ou para menos.
Por isso, através da lei 2784, de 18 de junho de 1913, foram criados quatro fusos horários, no Brasil, que eram o do Rio de Janeiro (fuso zero, no país), o de Fernando de Noronha (adiantado em 1 hora), o de Manaus (atrasado em 1 hora) e o de Rio Branco (atrasado em 2 horas). Dessa forma, ficou regulamentada e racionalizada a utilização de horários, no Brasil, de acordo com a convenção internacional.
Infelizmente, alguns não conseguem diferenciar fuso horário de horário de expediente. O fuso horário deve ser imutável, assim como qualquer objeto cai somente para baixo, pois representa um fenômeno natural. No entanto, o horário de funcionamento das atividades diárias pode ser mudado, sim, da maneira como melhor atender às necessidades de cada órgão ou empresa.
Não se trata de dizer se é melhor ou pior o fuso horário do Acre, em vigor, e, sim, de se colocar o mais elementar e tradicional meio de se medir o tempo diário, ou seja, o fuso horário científico e naturalmente aceito por toda a humanidade. O meio do dia tem que coincidir com o meio-dia, ou seja, 12 horas, que é quando o Sol, no seu movimento aparente, encontra-se na posição mais elevada, em relação à superfície da Terra, no local onde estamos.
Há países como a Austrália, o Canadá, a Índia, a Venezuela e alguns árabes, que até exageram na exatidão dos seus fusos, tal o interesse em ter a hora mais natural. Nesses países, há diferenças de 30 minutos e, até, de 15 minutos, entre um fuso e outro, pois a intensão de seus governantes é deixar o meio-dia dos relógios mais próximo do meio-dia real.
São poucos os países que fogem ao critério universal dos fusos horários e são nações ditatoriais ou que tinham alguma rivalidade com seus vizinhos, no passado.
A China, quando da tomada pelos tropas comunistas e ditatoriais, unificou seus vários fusos e os igualou ao de Pequim. É interessante que esse país oriental estabeleceu o horário da capital como sendo o horário oficial de todo o seu território (que tem vários fusos naturais), pois lá é onde moram os chefes da nação.