Massa de ar polar chegou com força ao Acre, mas não trouxe frio intenso

maio 19


Mesmo sendo a mais intensa massa polar dos últimos anos, a posição geográfica do início da onda polar, a formação de um forte ciclone na costa brasileira e a dispersão do ar frio por boa parte do Brasil foram as causas principais de o Acre não ter sido atingido, desta vez, com temperaturas muito baixas


Frio intenso do ano ainda não foi desta vez no Acre

      Para um mês de maio, esta foi a mais intensa onda de frio polar a chegar ao Brasil nos últimos anos, porém, o frio foi moderado no Acre, como, inicialmente, no começo da semana anterior, havíamos previsto.

      A posição geográfica da formação desta intensa onda de frio fez com que ela se espalhasse por boa parte do país, de tal forma, que teve dificuldades para penetrar no Acre, já que, no seu deslocamento, enfrentou relevo mais alto, ou seja, os planaltos do centrossul brasileiro. Além deste aspecto, a formação de um centro de baixíssima pressão atmosférica na costa do país – o ciclone tão divulgado – foi outro empecilho para a chegada de frio intenso ao Acre.

      Mesmo assim, esta semana será toda de noites frias no Acre, principalmente em Rio Branco, Brasileia e demais municípios do leste e do sul do estado.

      Até o amanhecer desta quinta-feira, dia 19, o recorde de menor temperatura, na capital acreana, ainda era o de 15,5ºC, registrado no dia primeiro de abril, quando Rio Branco teve a tarde mais fria entre as capitais brasileiras, cuja máxima não passou de 18ºC, sendo a cidade mais frio do Acre naquele dia.

      Entretanto, na última quarta-feira, dia 18, foi registrado recorde do ano, até o momento, com 15,2ºC, no Parque Estadual do Chandless, porém, em Rio Branco, o registro foi de 16,6ºC, não superando o do dia primeiro de abril passado.

      Nas próximas noites deste mês de maio poderão ocorrer, sim, novos recordes na capital e no interior, mas nada que seja de frio intenso.

      Para que o frio seja intenso no estado é necessário que haja um bloqueio atmosférico no centrossul do Brasil e no oceano Atlântico, próximo à costa do país. Aí, sim, o deslocamento do ar polar será quase todo pelo corredor de terras baixas, desde a Argentina até o Acre, atingindo o estado com queda acentuada da temperatura. Foi o que ocorreu no último dia primeiro de abril. Porém, a mais forte incursão de ar polar dos últimos dez anos no sul da Amazônia Ocidental, foi nos dias 23, 24 e 25 de julho de 2013, quando o Acre foi o estado mais frio do Brasil, conforme se pode comprovar nos registros oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia. Naquele ano, foram registradas temperaturas de 7ºC, em Rio Branco, e 5ºC, em Epitaciolândia, quando a maior temperatura do dia sequer passou de 12ºC. Nessas ocasiões, não houve dispersão de ar frio pelo país, que foi concentrado na direção do sul da Amazônia Ocidental. Naquela ocasião, divulgamos, com dez dias de antecedência, a ocorrência daquela poderosa onda polar de 2013, contrariando todos os institutos de meteorologia, nacionais e internacionais.

      É bom lembrar, também, que o frio mais intenso ocorre no inverno, que começa no próximo dia 20 de junho. Antes, poderá haver outras incursões de ar polar, sendo que a mais próxima deverá ocorrer nos primeiros dias do próximo mês. Esta incursão terá as características, pela nossa análise atual, de um deslocamento mais intenso na direção do Acre, mas ainda é cedo para confirmarmos a intensidade e a abrangência de mais esta massa de ar frio.

      Outro fator importante para que uma onda polar atinja o Acre com temperaturas muito baixas é que ocorram, alguns dias antes, temperaturas elevadas no estado, a fim de que se estabeleçam pressões atmosféricas baixas na região. Neste mês de maio, a maior temperatura registrada, em Rio Branco, por exemplo, foi inferior a 33ºC, o que não é suficiente para atrair, com força, as altas pressões das massas polares.

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2 comments

  1. Mateus /

    Boa tarde friale em 2013 mesmo foi muito frio mais esse inverno todo vai ser La niña

    • Olá! A tendência natural de todo o planeta é entrar num período de resfriamento, cujo máximo deverá ocorrer entre 2025 e 2040, devido ao ciclo climatológico natural. O resfriamento atual é devido a menor atividade solar. Um abraço.

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