Ventos acima de 150km/h, granizo, muitos raios e 113,0mm de chuva, em Rio Branco, foi o resultado do temporal. Alerta de mais temporais.

out 07

RECORDES DE CHUVA E DE VENTO FORTE

O temporal que atingiu Rio Branco, na última sexta-feira (6/10/2017), foi causado por dois centros de baixíssima pressão atmosférica que se originaram simultaneamente em dois locais diferentes: um a noroeste e outro a leste da capital acreana. O primeiro começou nas proximidades da cidade de Sena Madureira e o outro no município de Acrelândia, na divisa com o Amazonas.
Era por volta das 12 horas, quando O Tempo Aqui identificou a formação desses dois núcleos de tempo severo. Nos 60 minutos que se seguiram, verificou-se que esses centros de baixa pressão deslocavam-se rapidamente na direção de Rio Branco.
Por volta das 15 horas, os ventos, com circulação ciclônica horária, atingiram o centro da capital do Acre, com ventos acima de 150km/h, cuja origem era o centro de baixa pressão que se formou no município de Sena Madureira. Os ventos foram acompanhados de chuva torrencial, muitos raios e queda de granizo entre 3 e 4 horas da tarde.
Tal qual um tornado, esse centro de baixa pressão deslocou-se em forma de redemoinho, com ventos fortíssimos, os quais, ora sopravam de um lado, ora do lado oposto, conforme ocorria o deslocamento do centro do ciclone.
A formação que se originou no município de Acrelândia não atingiu a cidade de Rio Branco com muita força, mas seus ventos foram fortíssimos no lado leste do Acre.
Não houve registro oficial da velocidade dos ventos, em Rio Branco, porque as três estações meteorológicas da capital não foram atingidas pelo temporal, nem tampouco choveu forte nestas estações.
No entanto, usando os conhecimentos da Física e da Engenharia Civil, analisando os efeitos destrutivos causados pelo temporal e observando outros aspectos, nossas estimativas são, sem medo de errar, que tais ventos, no centro de Rio Branco e em alguns bairros próximos superaram 150km/h.
Somente ventos acima desta velocidade poderiam causar os estragos que se observou na cidade, como por exemplo, barcos pesados virarem, objetos de ferro com mais de 30kg serem lançados para o alto como se fossem papéis, dezenas de árvores arrancadas pelas raízes, pessoas caírem por não conseguirem ficar em pé, paredes inteiras desabarem e barras de ferro serem entortadas como se fossem de plástico.
Em experiência de laboratório que realizamos quando cursamos Meteorologia e Engenharia Civil, verificamos que apenas ventos acima de 150km/h podem provocar tais danos. Não será, portanto, nenhuma surpresa, se fossem registrados ventos até acima de 200km/h, nesta última sexta-feira, na capital do Acre.
Outro fato interessante foi o volume de chuvas que atingiu a cidade. Em apenas 30 minutos, choveu 88mm, no centro de Rio Branco, e, em 90 minutos de chuva, foram registrados 113,0mm. Este é o maior volume de chuva em 24 horas ocorrido num mês de outubro na cidade. O recorde anterior é de 102,2mm, ocorrido no ano de 1985, no dia 11, segundo os registros do INMET. Entretanto, este recorde não será considerado pelo instituto meteorológico, pois não foi registrado pelas suas estações meteorológicas, mas pela Agência Nacional de Águas, e, também, porque está em localização diferente daquela que serve de base para os registros climatológicos.

ALERTA DE NOVOS TEMPORAIS

O Tempo Aqui, como tem feito diariamente, volta a alertar para a alta probabilidade de ocorrência de novos temporais, neste fim de semana e, também, em qualquer dia da próxima semana, com chuvas intensas, ventanias perigosas, muitos raios e queda pontual de granizo, no Acre, em Rondônia, no Amazonas, em Mato Grosso e nas planícies da Bolívia e da região de selva do Peru.
As causas são o calor intenso e os pulsos úmidos que vêm do Atlântico, os PUA. A temperatura alta é que provoca pontualmente centros de baixíssima pressão atmosférica, cujos ventos ao redor passam a girar no sentido horário, em espiral, convergindo para o centro e para o alto provocando temporais perigosos.
Assim, podem ocorrer novos transtornos à população, como rápida inundação de ruas, queda de galhos e árvores e destelhamento e danos às edificações, além do perigo dos raios.
Acompanhe, portanto, nossas atualizações para ficar informado sobre o tempo e se prevenir contra tais temporais.

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2 comentários

  1. Manoel /

    Boa Tarde professor! Parabéns pelas previsões. Será que teremos alagação nesse final de ano ou começo de 2018?

    • Olá, Manoel. Ainda é cedo para comentar a respeito, mas tudo indica que teremos transbordamentos, sim, pois as águas do oceano Atlântico estão com temperatura um pouco acima da média. Assim, deverão ocorrer intensos pulsos úmidos que provocarão chuvas volumosas na Amazônia Ocidental. Muito obrigado pela participação.

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