Choveu nos 16 primeiros dias de janeiro de 2017, apenas 75% da média do mês. Quais são as probabilidades de enchentes?
jan 17
11h 20min
CHOVEU ATÉ AGORA, EM RIO BRANCO, APENAS 75% DA MÉDIA DE JANEIRO
São dados oficiais e registrados pelo Instituto Nacional de Meteorologia: Em Rio Branco, as chuvas, até as 7h da manhã desta terça-feira, 17 de janeiro de 2017, acumulam 75,3% da média climatológica de todo o mês em curso. Choveu, portanto, até o momento, 216,5mm, sendo que a média de janeiro é 287,5mm.
Estes são dados – climatológicos e meteorológicos – divulgados pelo Instituto Nacional de Meteorologia, que segue os padrões mundiais definidos pela ONU, já que é o único instituto representante legal do Brasil perante a comunidade meteorológica internacional.
Outras estações oficiais instaladas em Rio Branco, como a Agência Nacional de Águas e a REDEMET, da Aeronáutica, também, registraram acumulados de chuva abaixo da média climatológica, até a manhã desta terça-feira, dia 17.
Quaisquer outros pluviômetros podem registrar chuvas com valores diferentes dos oficiais, porém tais valores não podem ser comparados com a média oficial e, daí, resultar em afirmações de que choveu acima ou abaixo da média, pois a localização geográfica desses outros pluviômetros não coincide com a localização da estação meteorológica padrão oficial da qual se obtiveram os dados que resultaram na média climatológica da cidade. É necessário, portanto, que se observem e se respeitem os padrões estabelecidos, no sentido de se evitarem interpretações erradas a respeito dos fenômenos atmosféricos.
No entanto, é praticamente certo de que as chuvas, em Rio Branco e na maior parte do Acre, encerrem o mês de janeiro de 2017 com acumulado bem acima da média climática, pois, ainda neste mês, deverão ocorrer chuvas intensas na maior parte do estado.
RIO BRANCO E BELO HORIZONTE, AS MAIS FRIAS DESTA SEGUNDA-FEIRA
Mais uma vez, a capital do Acre ficou entre as que tiveram o dia mais frio dentre todas as 27 capitais brasileiras.
Durante o dia, a maior temperatura, em Rio Branco, foi 23,6ºC e, em Belo Horizonte, 23,5ºC. A capital mineira foi, apenas, 0,1ºC mais fria, durante o dia, do que a capital acreana.
A maioria das demais capitais tiveram temperatura acima de 30ºC nesta segunda-feira, dia 16 de janeiro de 2017.
PLANTÃO DO VERÃO 2017: POSIÇÃO EM 17 DE JANEIRO.
PROBABILIDADE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES, NA AMAZÔNIA
POR QUE VAI CHOVER MUITO NESTE VERÃO?
O aumento da temperatura das águas superficiais do oceano Atlântico equatorial, entre o norte do Brasil e o noroeste da África, favorece uma evaporação mais acentuada, alimentando o ar com muita umidade. Esta umidade é trazida para a Amazônia pelos ventos que sopram em direção ao continente e chegam até a parte mais ocidental desta região, provocando chuvas fortes e volumosas. O calor típico do verão colabora com a evapotranspiração das plantas, com a evaporação da superfície do solo e da água dos rios e com o retorno à atmosfera de parte da água das chuvas, ajudando a aumentar ainda mais a umidade do ar.
Estas são as principais causas da intensificação das chuvas, neste verão de 2017, em toda a região da Amazônia Ocidental, principalmente, no Acre, no Amazonas, em Rondônia, em Mato Grosso, no Peru, na Bolívia e no sul da Colômbia. Fatores secundários, como uma leve mudança na circulação geral da atmosfera, causada pelas anomalias da temperatura do oceano Pacífico, contribuem para a chegada dessa umidade originária do oceano Atlântico.
Todas essas águas pluviais, que caem sobre esta vasta área da América do Sul, fluem unicamente para o rio Amazonas através, principalmente, dos seus afluentes: Juruá, Purus, Madeira, Tapajós, Xingu, Içá, Japurá e Negro.
Assim, as condições naturais – meteorológicas e geográficas – ficam favoráveis a transbordamentos e inundações provocados pela maioria desses rios e dos seus afluentes e sub-afluentes. Não será surpresa, portanto, que, neste verão, ocorram tais fenômenos em maior ou menor escala, dependendo da posição geográfica de cada área atingida pelas chuvas abundantes.
QUAL A PROBABILIDADE DE ENCHENTES E INUNDAÇÕES EM 2017?
O Tempo Aqui analisou a tendência da temperatura das águas dos oceanos que circundam a América do Sul e do comportamento geral da atmosfera neste continente. Considerou também as áreas drenadas pelas bacias hidrográficas de cada rio, assim como o volume e a velocidade de escoamento de suas águas. Observou ainda a capacidade de absorção da água pelos solos e o desnível do leito dos rios. Finalmente, segundo seus próprios critérios e considerando os aspectos físicos do comportamento da atmosfera, fez uma projeção do que mais provavelmente ocorrerá com o tempo neste verão amazônico e, consequentemente, com o comportamento dos rios desta região.
Assim, O Tempo Aqui, utilizando os princípios da Física e da Matemática, calculou a probabilidade de ocorrência de transbordamentos, enchentes e inundações, de um modo geral, em toda a região, e, em particular, em algumas cidades, neste verão de 2017, causados pelos principais rios do Acre, de Rondônia, do Amazonas, do Peru e da Bolívia. O percentual das probabilidades não é fechado, ou seja, a soma de todos os graus de severidade dos eventos, não totaliza em 100%, pois cada situação é analisada e calculada particularmente.
Semanalmente, serão publicadas as novas tendências, de acordo com as mudanças no comportamento da atmosfera e na vazão dos rios. O Tempo Aqui informará, a qualquer momento, caso confirme uma inundação iminente.
PROBABILIDADES, CONFORME SITUAÇÃO ANALISADA EM 17/1/2017
RIO BRANCO E DEMAIS CIDADES DO VALE DO RIO ACRE
Nível do rio não passará da cota de transbordamento: 5%.
Nível do rio passará da cota de alerta, mas não transbordará significativamente: 15%.
Rio transbordará e provocará, apenas, enchente leve: 50%.
Rio provocará enchente moderada: 90%.
Rio provocará enchente e inundação de proporções alarmantes: 10%.
SENA MADUREIRA E POVOADOS DO VALE DO RIO IACO
Nível do rio não passará da cota de transbordamento: 5%.
Nível do rio passará da cota de alerta, mas não transbordará significativamente: 20%.
Rio transbordará e provocará, apenas, enchente leve: 70%.
Rio provocará enchente moderada: 80%.
Rio provocará enchente e inundação de proporções alarmantes: 20%.
TARAUACÁ
Nível do rio não passará da cota de transbordamento: 0%.
Nível do rio passará da cota de alerta, mas não transbordará significativamente: 0%.
Rio transbordará e provocará, apenas, enchente leve: 20%.
Rio provocará enchente moderada: 95%.
Rio provocará enchente e inundação de proporções alarmantes: 60%.
CRUZEIRO DO SUL E DEMAIS CIDADES DO VALE DO RIO JURUÁ
Nível do rio não passará da cota de transbordamento: 0%.
Nível do rio passará da cota de alerta, mas não transbordará significativamente: 0%.
Rio transbordará e provocará, apenas, enchente leve: 40%.
Rio provocará enchente moderada: 90%.
Rio provocará enchente e inundação de proporções alarmantes: 60%.
BOCA DO ACRE E DEMAIS CIDADES DO VALE DO RIO PURUS
Nível do rio não passará da cota de transbordamento: 20%.
Nível do rio passará da cota de alerta, mas não transbordará significativamente: 20%.
Rio transbordará e provocará, apenas, enchente leve: 60%.
Rio provocará enchente moderada: 60%.
Rio provocará enchente e inundação de proporções alarmantes: 10%.
PORTO VELHO E DEMAIS CIDADES DO VALE DO RIO MADEIRA
Em Porto Velho e em Humaitá, o nível do rio Madeira não apresenta sua posição natural, pois é controlado pelas hidroelétricas de Jirau e Santo Antônio que regulam sua vazão. Desse modo, com o controle da vazão do rio, o nível, em Porto Velho, passa a ser artificial, ou seja, as hidroelétricas podem minimizar ou atrasar uma provável enchente na cidade. O cálculo da probabilidade de enchentes e inundações para o rio Madeira foi feito como se não houvesse a interferência humana, que, neste caso, é positiva.
Nível do rio não passará da cota de transbordamento: 5%.
Nível do rio passará da cota de alerta, mas não transbordará significativamente: 15%.
Rio transbordará e provocará, apenas, enchente leve: 50%.
Rio provocará enchente moderada: 70%.
Rio provocará enchente e inundação de proporções alarmantes: 5%.
GUAJARÁ-MIRIM E DEMAIS CIDADES DOS RIOS MAMORÉ E GUAPORÉ
Nível do rio não passará da cota de transbordamento: 5%.
Nível do rio passará da cota de alerta, mas não transbordará significativamente: 10%.
Rio transbordará e provocará, apenas, enchente leve: 40%.
Rio provocará enchente moderada: 60%.
Rio provocará enchente e inundação de proporções alarmantes: 30%.
AMAZONAS
É alta a probabilidade de ocorrência de enchentes de proporções moderadas ou alarmantes nos vales da maioria dos rios amazonenses, principalmente, nas cidades localizadas às margens dos rios Solimões, Juruá, Javari, Purus, Içá e Japurá, assim como de seus afluentes.
PERU
É quase certo que ocorram enchentes e inundações alarmantes nos vales dos rios Madre de Dios (Porto Maldonado) e Amazonas (Pucalpa e Iquitos).
BOLÍVIA
Os rios Beni, Madre de Dios e seus afluentes deverão provocar inundações moderadas ou alarmantes em algumas cidades situadas em seus vales, como em Trinidad e em Riberalta.
Qual a ferramenta e o modelo estatístico vc usou para esta análise?
Olá, Pablo. Temos um arquivo próprio com todos os registros de todas as condições atmosféricas e oceânicas dos últimos 30 anos. É um trabalho diário e permanente, envolvendo dezenas de variáveis. Utilizando as leis da Física e o cálculo das probabilidades, extrapolamos os gráficos, por nós elaborados, para o tempo futuro e, assim, temos o que mais provavelmente deverá ocorrer. É um trabalho que envolve amplo conhecimento das características geográficas, climatológicas, meteorológicas e hidrológicas da região e como se processa a interação, no tempo e no espaço, de todas as variáveis envolvidas. Muito obrigado pela mensagem.