Horário de verão no Acre deixou de ser adotado em 1989. Se voltar a adotar, evitará a diferença de 3 horas.

ACRE DEIXOU DE ADOTAR HORÁRIO DE VERÃO

Defendemos a adoção de fusos horários conforme a posição geográfica de cada região, a fim de que não haja distorção exagerada nos horários do nascer e do por do Sol, assim como no meio do dia. Considerando a média aritmética do nascer e do por do Sol, durante o ano inteiro, a nossa estrela nasce às 6 horas e se põe às 18 horas, sendo que o meio-dia ocorre às 12 horas, com diferença máxima que não deve passar de 30 minutos – ou, excepcionalmente, um pouco mais, caso os limites territoriais a justifiquem -, tendo em vista que cada fuso horário tem 15 graus de curvatura da Terra.
É por este motivo que o Brasil tem 4 fusos horários, já que sua curvatura é superior a 45 graus. São os fusos horários de Fernando de Noronha, de Brasília, de Manaus e de Rio Branco.
No entanto, não concordamos que, ao se adotar o horário brasileiro de verão, o Acre e outros estados do Norte e Nordeste, fiquem de fora. Até o ano de 1988, todo o Brasil adiantava o horário em 1h, quando iniciava o horário de verão.
Assim, evitavam-se quaisquer transtornos decorrentes das diferenças entre os horários das regiões do país provocadas pela entrada em vigor do horário de verão.
Acontece que, por rivalidades políticas, os estados do Norte e do Nordeste, discordaram da adoção do horário do verão decretada pelo Governo Federal sob argumento de que a economia gerada pelo adiantamento das horas seria muito pouca. Esqueceram-se – ou não quiseram lembrar – que os transtornos da não adoção seriam maiores.
Por causa desse impasse político, o Governo Federal da época decidiu que cada estado estaria livre para aderir ou não ao horário de verão. Assim, o Amazonas chegou a adotar, bem como a Bahia e outros estados do Norte e Nordeste, deixando o mapa dos fusos horários completamente distorcidos e sem coerência.
O estado de Mato Grosso, ultimamente, tem adotado o horário de verão, mas poucos sabem que seu território estende-se ainda mais ao norte do que o Acre e Rondônia, ou seja, mais próximo da linha do equador terrestre – pretexto pelo qual vários estados deixaram de aderir. Basta olhar no mapa. Para os mato-grossenses, esta diferença temporária deixou de existir.
Então, por que o Acre, Rondônia e demais estados, que estão fora do horário de verão, não decidem também ficar junto com as outras unidades da federação? Em vez de reclamar é só adotar o horário também. Não agora, em 2017, pois é preciso comunicar, com antecedência, aos órgãos competentes em Brasília. Enfim, somos todos brasileiros.
No entanto, é bastante provável que este, de 2017 para 2018, seja o último horário de verão a ser adotado pelo Brasil, pelo menos nos próximos anos, pois parece que não há mais motivos para tal, uma vez que sua eficiência atual é, comprovadamente, quase insignificante.

POR QUE O HORÁRIO DE VERÃO?

O horário de verão tem por única finalidade a economia de energia elétrica, pois, no verão, o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde, o que, se adiantarmos o fuso horário, as pessoas aproveitam melhor a luz do dia e, assim, evitam ligar lâmpadas, bem como há uma melhor distribuição no uso de outros aparelhos.
Acontece que essa economia é maior à medida que a latitude aumenta, pois a duração da luz do dia também aumenta. Quanto mais ao sul do Brasil, portanto, maior será a economia de energia elétrica.
Esse foi o motivo pelo qual, em 1989, os governadores do Norte e do Nordeste decidiram não aceitar o horário de verão, pois já que seus estados ficam localizados próximos à linha do equador, a economia de energia seria pequena.
Só que eles se esqueceram dos transtornos que a não adoção desse horário causaria para seus habitantes. É verdade que a economia é pouca, mas não nula, porém o mais importante seria a unicidade com o território nacional, respeitando-se os seus fusos horários regionais e evitando-se inconvenientes provocados pela alteração do horário apenas em parte do Brasil.

HISTÓRIA DO HORÁRIO DE VERÃO

Quem primeiro cogitou em estabelecer o horário de verão foi o estadunidense Benjamin Franklin, em 1784, um famoso e estudioso estadista da época.
Quem realmente idealizou e fez um estudo completo sobre a vantagem em adiantar 1 hora o relógio, na época do verão, foi o inglês William Willet, membro da Sociedade Astronômica Real, no ano de 1907.
No entanto, o primeiro país a adotar o horário de verão foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de economizar o carvão responsável por fazer funcionar as máquinas que produziam energia elétrica para o país.

NO BRASIL TEVE INÍCIO EM 1931

Foi o presidente Getúlio Vargas, através do Decreto número 20466, de primeiro de outubro de 1931, que instituiu, pela primeira vez, o horário de verão no Brasil.
Na época, o país era assolado por uma seca severa e atravessava por uma grave crise econômica. O petróleo estava com preço muito alto e era todo importado.
Assim, para atenuar a situação e evitar maiores transtornos, foi decretado o horário de verão em todo o país.